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domingo, 29 de setembro de 2013

ALGUMAS NOTAS SOBRE A PARASHÁ 1: BERESHIT: "NO PRINCÍPIO".

PARASHÁ 1/ Ano 5774: BERESHIT - NO PRINCÍPIO
Bereshit (Gênesis) 1:1-6:8
Haftará: Yeshayahu (Is) 42:5-43:10(A); 42:5-21(S)

 
Imagem: Linha do tempo do universo; projeto WMAP. Créditos: NASA/WMAP

Por: Vivian Cristina de Almeida Lopes

1- Introdução

Depois de ter lido Bereshit tantas vezes, cheguei à verdadeira conclusão de que ele, e toda a Palavra de HaShem, é inesgotável, e é segundo o querer dEle que nós somos iluminados para cada vez mais, e a porção que cada um vai recebendo é repartida entre todos, numa conexão maravilhosa, e essa rede da maior complexidade jamais terá fim: também por iluminações devocionais únicas que também são e serão repartidas ad infinitum. Por que Ele foi escrito? Porque HaShem quis que soubéssemos exatamente tudo o que consta lá, e em todos os Seus outros livros! É um memorial eterno.

 

Somente um Deus seria capaz de escrever a Torá e toda a Palavra. De modo especial, Bereshit, em seu capítulo 1, que é lido desde épocas remotas, foi escrito de tal forma que se entende claramente que todas as coisas foram criadas por HaShem, que foram criadas segundo uma ordem, etapas em sequencia, mas ali estão coisas que só recentemente com o nosso estágio de desenvolvimento científico, obtivemos ferramentas para compreender um pouco- só um pouquinho- mais a fundo dessa descrição, e estamos só no começo! E que coisa incrível, justamente esse começo de entendimento da origem do universo surgiu tendo como norte a Sagrada Escritura, no seu primeiro livro – que é o livro dos começos! - primeiro capítulo, primeiro verso, e como se não bastasse, primeira palavra: BERESHIT: “no princípio”, ou “em início”. Digno de nota: todas as outras tentativas diferentes dessa, de entender a origem sem se voltar para Deus, se mostraram absolutamente, inúteis!

 

Estão implicados em Bereshit capítulo 1 e em outros textos bíblicos, entendimentos que são explicados pela teoria da relatividade de Einstein, que é do século 20, milhares de anos antes dela ser apresentada por ele. Ainda hoje, poucos sabem o que é isso, mas todos podem ler a Bíblia, Bereshit 1, e entender o que está escrito, sem saber nada disso! Não tem paralelo, somente um Deus seria capaz de fazer isso!

 

2- Visão Geral

Todos os livros da Torá (hebraico: “Lei”), que é o Pentateuco (nome grego), recebem o nome da inicial, ou iniciais, do livro. Colocando na ordem seqüente, fica assim:

No princípio (Bereshit) Nomes (Shemot) e Chamou (Vaycrá) No Deserto (B´midbar) Palavras (Devarim). Portanto estes também são os nomes da primeira parashá de cada livro. Não está aí o resumo, o fundamento da história humana? Tudo foi feito pela Palavra, seja a ordem física, seja a ordem abstrata, seja a ordem visível, seja a invisível, seja como os objetos celestes devem se comportar, seja como o ser humano deve, para quem a Palavra se direciona cada vez mais perto, mais intimamente. A Palavra sai do trono de Elohim (“Deuses), cria os céus e a Terra, e vai chegando cada vez mais perto, na Terra, na vida na Terra, no homem e na mulher, lhes são dados nomes, eles tem descendência, e um plano divino para o homem vai vindo à mostra, e nunca parou de vir: e está codificado NA PALAVRA, Palavra que Ele mesmo codificou e nos deu por escrito: NO DESERTO PALAVRAS! de uma maneira eterna! A Palavra que fez o universo e todas as coisas veio em direção ao ser humano de uma forma tão intensa, que com as próprias mãos entregou a ele (homem) Ele (Deus) Próprio  na Palavra escrita por Seu próprio Dedo: Mão a mão, ALIANÇA COM O ETERNO, o convite e o pacto mais sublime que pode existir! A feitura à imagem e semelhança teve a intenção de levar essa criatura-  nós! - a sermos um com o próprio Deus: um entre nós (amando cada qual o próximo como a si mesmo), porque um com Deus, amando a Deus, O Supremo, O Todo-Poderoso, acima de tudo e de todos, portanto acima de nós mesmos, criaturas do Criador: não apenas o óbvio racional reconhecimento, mas o coração totalmente agradecido. Esse código foi dado aos judeus, em hebraico, para ser disseminado por todo o mundo. Os judeus são os depositários da Palavra, portanto ela está em hebraico, e enquanto durar a Terra, quanto mais fundo se quiser examinar As Escrituras, ter-se-á que se reportar ao hebraico; como prova incontestável de NO DESERTO PALAVRAS! PACTO! Essa língua nunca foi morta e nunca o será, por causa da PALAVRA que a garante! A mesma Palavra que garante a sobrevivência para sempre do povo através do qual foi depositada, pois O Autor Se chama O Deus de Israel – por causa da aliança!

 

O Todo-Poderoso refere-se a Si mesmo no plural como Elohim e revela-Se falando no plural de Si mesmo: “façamos humano com a nossa imagem, como a nossa semelhança”.[ATI] (grifo meu). Ele É uma Unidade, e ampliou Sua revelação, como descrito em Yochanan (João) cap 1: “ ...e A Palavra Se fez carne, e habitou entre nós”.

 

A Palavra feita carne É Yeshua de Nazaré, cujo túmulo ficou vazio ao terceiro dia pois, conforme revelado em Isaías cap. 53, O Mashiach seria “o mais rejeitado entre os homens” e seria moído pelas nossas iniqüidades. Mas ao terceiro dia, O Pão que desceu dos céus, nascido em Belém (hebraico, “casa do pão”), conforme “lança o teu pão sobre as águas e depois de 3 dias o encontrarás”, foi ressuscitado dos mortos, e o mesmo ocorrerá com todos aqueles que nEle crerem. Enfim, a luz da Sua ação criadora junto com O Pai, é revelada desde o começo, dessa forma.

 

O Eterno cita Seu Próprio Nome pela primeira vez na Bíblia, no capítulo 2 de Gênesis, verso 4, quando é feita uma afirmação de que estas são as origens dos céus e da Terra – e Se aponta QUEM  fez: e o Tetragrama aparece pela primeira vez: YHWH! O Eterno fez, declarou que fez e ASSINOU, revelando Seu Santo Nome para a humanidade.


3 - “No Princípio” - e o “Big Bang” de Lemaitre?

 
Inspirado em Bereshit 1:1: “No princípio Elohim criou os céus e a Terra”, o padre, físico e astrônomo George Lemaitre (1894-1966), em 1927, criou a teoria do átomo primordial, algo revolucionário. Predominava entre os acadêmicos que o universo sempre existiu, e o famoso Carl Sagan foi um típico representante destes. Lemaitre, conhecedor das Escrituras, raciocinou que se o universo esteve ou estaria se expandindo, conforme está nas Escrituras, então voltando no tempo, ele estaria em tamanhos cada vez menores, menores, menores...até ter havido um...princípio! seria um “ponto” de uma densidade inimaginável, de um calor enorme? Ele foi muito ridicularizado, e seu nome é omitido no modelo cosmológico do qual ele foi o proponente. Ele foi excluído devido à óbvia descrição bíblica, e Fred Hoyle jocosamente chamou a teoria de Lemaitre de “Big Bang”- grande explosão, nome pelo qual ficou conhecida. Houve entretanto, alguém que resolveu investigar a linha de Lemaitre, ou seja, do livro de Gênesis: o russo George Gamow (1904-1968). Ele chegou à conclusão e publicou isso, de que a abundância conhecida no universo dos elementos hidrogênio e hélio eram totalmente compatíveis com a teoria do “Big Bang”. Aliás, alguém já dissera antes que o hidrogênio era o elemento mais abundante no universo, uma ruptura nas ideias vigentes na época: uma mulher, em 1925, a ainda estudante de 25 anos Cecília H. Payne-Gaposchkin [1], em sua tese de doutorado e foi absolutamente ridicularizada, especialmente por ser mulher! Basicamente nem encontramos seu nome nos livros. Ela disse do que o universo visível era feito basicamente: hidrogênio, o  mais leve e simples dos elementos, mas reinava no mundo acadêmico que a estrelas eram feitas de elementos pesados.

 

Restava se medir o que foi chamado de radiação cósmica de fundo – se o universo se expandia, ele devia ir se esfriando em relação à temperatura alta do princípio. Mas não levaram Gamow, que levou a física nuclear a uma expansão sobremaneira (lembrem como começou!), a sério! Nada fizeram para realizar essas medições que respaldaria o “Big Bang”. Até que 2 homens descobriram essa radiação, em 1965! Obtiveram um espectro vindo do espaço que é exatamente, o chamado espectro do corpo negro (que maravilha que a descoberta do corpo negro já havia acontecido! Esse espectro é a “assinatura” do calor, da faixa energética das microondas). A concordância entre os dados observacionais vindos do espaço e do espectro do corpo negro é tão grande, tão exata, que é tido como A MAIOR CONCORDÂNCIA DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA! Então se confirmou também, que as galáxias estão se afastando umas das outras, o que é evidência da expansão do universo, expansão apontada não apenas em Bereshit, mas em várias outras passagens da Sagrada Escritura, datada ainda antes de Cristo.

 

Por fim, definitivamente, em 2011 o prêmio Nobel de física foi pela descoberta da EXPANSÃO ACELERADA DO UNIVERSO [2]. O fato da rejeição de idéias com implicações bíblicas foi desde sempre, um atraso para o crescimento humano! E curioso, os que atrapalham dizem o contrário: que a Bíblia é que é um retrocesso! Só que isso não resiste à investigação dos fatos, e como vimos, tudo o que é de má qualidade não gosta de investigar! Seu trabalho não é tirar o véu, é colocar obstáculos, é atrapalhar e obscurecer as coisas! Realmente, é impossível às trevas e à luz se misturarem: desde o início, HaShem, em Sua infinita sabedoria, fez separação entre ambas essas coisas e as deixou bem claro para nós!

 

Não estou afirmando que houve de fato uma grande explosão- eu não sei até o momento, se houve. Mas a cosmologia física está indo numa direção que corrobora Gênesis: sim, houve uma criação (e a palavra utilizada é essa mesma). O universo nem sempre existiu; essa criação foi feita em etapas; nele não havia luz inicialmente; houve uma fase de escuridão. Etc. Para se compreender o “Big Bang”, é necessário uma teoria do que havia antes dele que levaram a essas coisas. E isso é muito interessante: para mim, é seguir as pegadas do Criador para descobrir como Ele fez...e isso é totalmente impossível, se Ele não ajudar! A Bíblia é o norte: se se divergir dela, pode mudar de direção logo, porque está errado! Você pode lembrar da história de Lemaitre e seus colegas...e foi o mesmo em todos os outros casos.

 

4- A confusão sobre dias...ou não?

 

Em absolutamente nenhum lugar da Bíblia, você verá escrito que HaShem fez a Terra em 24h, separou a luz das trevas em 24h, criou o firmamento em 24h, etc. O que ela usa é a palavra “dia”. E o que é um dia?

 

Primeiro, vamos à descrição bíblica: contexto: Deus ordena a existência da luz; a separa das trevas; e em Bereshit 1:5 temos a definição: “e chamou Deus à luz “dia” e às trevas chamou “noite”. E foi a tarde e a manhã, o primeiro dia”. “Yom” e “laila”: dia e noite, respectivamente, em hebraico: as mesmas palavras usadas até hoje! Estou longe de entender todas a revelações contidas aqui. Mas está dizendo que um dia é um período, e um período iluminado; a palavra de origem latina que usamos em português, “dia”, significa “brilho”, “céu brilhante”. O ciclo não tem nada de figurado, é absolutamente literal, é um conceito físico como bem sabemos, e no contexto aqui, formado por tarde (observe a ordem!) e manhã, foi o PRIMEIRO DIA!

 

Observe um detalhe super interessante: no capítulo 2, verso 4, literalmente diz assim: “ Estas as origens de os céus e a terra, no ser criado deles; no dia de fazer YHWH Deus terra e céus.” ([ATI], grifo meu). E um lembrete interessante: Isaías 43:13, O Eterno diz: “ Ainda antes que houvesse dia Eu Sou, (...)”. O Rei do Universo sempre existiu, é Eterno; antes de haver dia, Ele projetou ciclos, eras pela eternidade, eras de eternidade.  E houve um momento nesses ciclos, que Ele estabeleceu como O DIA de fazer os céus e a Terra! E o que esse dia tem a ver com 24h? eu não vejo evidência alguma de alguma ligação.

 

A Bíblia nos revela ainda mais sobre o que é um dia, e aí é o boom total para mim: citando 2 Pedro 3:8: “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia”. Que tal o Salmo 90:4? “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.” A Palavra de Deus quer dizer o que ela diz! Isso não tem nada de “figurado”! O Senhor está nos ensinando que existem dias de durações diferentes, e que um dia varia de acordo como se olha- “porque mil anos são AOS TEUS OLHOS (...)” - conceito que a física chama de “referencial”, e referencial exige um sistema de referências, de coordenadas, para se referenciar, se localizar- e existem muitos, muitos, muitos! E para um observador descrever um evento que esteja em um sistema de coordenadas diferente, é necessário que ele faça uma transformação de coordenadas, e para tanto, é preciso saber os termos corretos que levam a tal. Algo que pode ser de uma complexidade imensa!

 

Como sabemos hoje, só é possível descrever um movimento, qualquer que seja ele, em termos comparativos. Portanto para se descrever o movimento da Terra (ou qualquer objeto) é imperativo dizer em relação a que. Em relação ao Sol? Em relação às estrelas? O dia na Terra definido em relação ao sol: o ciclo: do sol no ponto mais alto (meio-dia), até o próximo meio-dia, é o que os astrônomos chamam de dia solar; isto é, a rotação completa dela em torno de si mesma, em relação ao sol (em média, a Terra, a cada segundo, percorre 30 km no espaço). Como esses pontos mudam de posição no decorrer do ano por causa do caminho elíptico e não circular que a terra percorre em torno do sol, numa época ela está mais longe e em outra mais próxima dele, e os dias tem durações diferentes; assim, o dia solar médio tem 24h, e foi definido o dia civil como de 24h, sendo a meia-noite a zero hora. Se considerarmos a rotação da Terra em torno de si mesma, mas agora em relação ao fundo de estrelas ou a uma estrela distante, considerada fixa, esse dia é o dia sideral, e dura 23h 56min 04s, sendo aproximadamente 4minutos menor em relação ao dia solar médio. Se desejar, veja a animação comparativa no site do grupo Bedford, Freeman & Worh [4]: http://bcs.whfreeman.com/universe7e/content/ch02/0203003.html

 

Veja bem que no relato bíblico, o Sol e as estrelas são criados no quarto dia! Sem essas referências (sol, estrelas) e mesma disposição e condições de hoje, não tem como afirmarmos serem dias de aproximadamente 24h! Bereshit 1: 14 é um divisor, porque depois do terceiro dia, é que Deus cria luzeiros para separar o dia e a noite, “ e sejam eles para sinais, para estações, para dias e para anos”. Sejam para DIAS! Portanto no quarto dia, foram criados mecanismos para DIAS- e esses dias são diferentes do dia do quarto dia, da quarta era da criação dos céus e da Terra. E a Terra ocupa uma posição de destaque; há todo um aparato de proteção da Terra das radiações cósmicas que conhecemos hoje e que continuamos a descobrir.

 

Também se lembre que um dia em Júpiter, Vênus, Marte, Mercúrio, etc., tem duração bem diferente de um dia terreno, e portanto, o valor de um ano idem. Mas muito antes de sabermos isso, a Bíblia nos diz que um dia é muito mais do que o que somente conhecemos daqui do nosso planeta a olho nu.

 

Finalmente, quero lembrar mais uma vez aos defensores de uma criação completa em 7 ciclos de 24h, que a Bíblia não diz isso. Está a defender algo que ela não diz, ao passo que sobre o Salmo 90:4, que ela claramente diz, dizem ser uma “figura”! Assim, se nega o que a Bíblia efetivamente diz, enquanto se defende o que ela não diz, o que por si só, é a maior prova do engano. Ao término de 7 ciclos da criação dos céus e da Terra, podemos afirmar com certeza, que aqui na Terra, continua um padrão de 7 ciclos que perfazem a semana de 7 dias, cada um desses dias, como o conhecemos agora, e que solenemente, o sétimo dia, o último da semana e não o primeiro, foi abençoado e santificado pelo Eterno para Ele mesmo- esse é um memorial, um testemunho dessa criação que teve fim em 7 eras. A semana de 7 dias terrenos, encontrada em absolutamente todos os grupos humanos, mesmo os mais isolados dos mais civilizados, não se baseia em fases da lua, não se baseia em eventos astronômicos...esse estabelecimento veio de Deus mesmo, e um dos propósitos é que nos lembremos de que temos um Pai, o Próprio Criador do Universo, sendo o universo portanto coisa criada, e somos, todos os seres humanos, irmãos. No sétimo dia, todos os seres humanos são ordenados parar para descansar (hebraico: shabat: descanso): um dia de harmonia, sossego e muita paz, como foi o resultado final da criação. E esse é o resultado de se viver em harmonia com YHWH, O Criador, O Senhor do Shabat. Lembre-se: esse dia tem Dono, é o dia do Rei do Universo, a ser lembrado ao final de todas as semanas! Aleluia!

 

Uma outra observação, é que o ser humano fez uma imensa confusão criando muitos calendários! Confusão nunca é boa, e isso torna o registro dos fatos passados uma tarefa bem complexa. Isaac Newton fez um trabalho tão incrível nessa área, que ele criou a área da cronologia. Depois dele, entretanto, já houve alterações inacreditáveis nos calendários. Israel tem o calendário mais antigo da Terra; agora que escrevo é datado como o ano 5774. Como colocado, hoje o dia civil começa à meia noite: nem sempre foi assim, e quem garante que não mudarão? Em meio a essas confusões que nos dificultam posicionar os fatos na linha do tempo (e portanto, não pode ter vindo de Deus), percebemos algo: a Bíblia tem um calendário particular! Para nós aqui na Terra, ele é estabelecido com cada novo dia começando após o por do sol do dia anterior. As festas estabelecidas para Israel, nos trazem revelações sobre dias que Deus tem para nós e o que nos reserva neles. Bom, mas isso não é assunto dessa parashá.

 

5- Quantos anos tem o universo?

 

Como o homem foi criado quando a Terra já estava totalmente pronta para recebê-lo, não é difícil aproximar a quanto tempo o ser humano está sobre a Terra: não a milhões muito menos bilhões de anos, mas a aproximadamente, seis mil anos. São portanto fundamentais, os relatos genealógicos na Bíblia, que aliás, também nos retratam que os primeiros seres humanos viveram por longas eras, quase mil anos, mas nenhum chegou a mil. Isso é tão verossímil que seria impossível aos seres humanos, de outra maneira, atingirem qualquer desenvolvimento tecnológico, memória, etc., sem o conhecimento adquirido pela vivência dos antepassados e repassada aos seus descendentes. A vivência dos períodos lunares, das estrelas e fenômenos cíclicos nos céus, coisas de levam muitos anos; do que faz mal e do que não faz, como fazer certas coisas e que caminho não se deve tomar, etc. Qualquer criança civilizada hoje, tem mais conhecimento acumulado do que todas essas gerações anteriores juntas.

 

A aproximadamente 700 anos atrás, o rabino Isaac de Akko afirmou que o tempo no qual HaShem estava criando antes da criação do homem, era diferente do tempo de hoje [5]. Mostrei razões disso fisicamente. O comentário da parashá em [5], traz a história interessante de como o engenheiro físico Daniel Friedmann, em seu livro Genesis One Code, lançado neste ano de 2013, datou a idade do universo. Segundo ele, a duração de cada dia da criação seria obtida assim:

Um dia de criação = 1,000 x 365.25 x 7,000 = 2.56 bilhões de anos, sendo os fatores:

1000: do Salmo 90:4. 1 dia = 1000 anos.

365,25: a conversão dos dias terrestres em anos: 1 ano terrestre tem aprox. 365,25 dias terrestres.

7000: relacionado a ciclos cósmicos. O Talmud (Sanhedrin 97a ), escrito a 1500 anos atrás, declara que “o mundo existirá por seis mil anos, e no milésimo sétimo ano, será destruído”.

 

Friedmann está considerando que todos esses dias tiveram a mesma duração. Utilizando a Torá, do dia 1 ao dia 5, ele identificou 20 eventos da criação, e para o sexto dia, utilizou o Talmud, que descreveria o sexto dia hora a hora (no Talmud esse sexto dia vai da criação do homem à sua expulsão do Jardim na hora 12). Com isso, Friedmann calculou que o universo tem aproximadamente 13, 74 bilhões de anos.

 

Neste ano de 2013, a equipe da espaçonave Planck, que colhe dados observacionais de alta precisão, divulgou os mais recentes dados para a idade do universo: 13, 82 bilhões de anos [6]. A estimativa da idade com dados combinados dos projetos Planck e WMAP fica: 13,798 + ou - 0,037 bilhões de anos.

 

Allan Sandage foi um dos pioneiros que adotou o modelo do escanteado padre Lemaitre de um universo finito e não estacionário, o que o levou a uma carreira espetacular, cujos dados observacionais obtidos corroboraram o modelo de que o universo não existe desde sempre. Além de ter descoberto um tipo de objeto mjito distante no universo, chamdo quasar, e dentre outros feitos notáveis, ele fez uma das mais confiáveis estimativas da taxa de expansão do universo, uma medida da chamada constante de Hubble. Assim ele foi capaz de afirmar que quanto mais distantes as galáxias estão de nós, mais a luz delas recaem na faixa vermelha do espectro eletromagnético, o chamado redshit, ou desvio para o vermelho. Que revolução enorme fizeram os que seguiram a linha do padre Lemaitre, de que houve um princípio, como diz a Escritura! Após tantas descobertas sobre o universo, Sandage declarou com a própria boca ser um cristão nascido de novo. Disse:

Eu não poderia levar uma vida cheia de cinismo. Escolhi crer, e uma paz mental veio sobre mim” [7].

Vale dizer que o modelo de Lemaitre, inspirado na Escritura Sagrada, e que usa a teoria da relatividade de Einstein, diverge tando das idéias vigentes na época, que nem o Einstein creu em sua teoria da relatividade, hoje tão bem comprovada, que implicava num universo inflacionário.

 

6- Importância das Genealogias: os 10 de Adão a Noé

 

O capítulo 5 de Bereshit traz a genealogia do primeiro homem, Adão, até Noé. Revelações incríveis estão contidas aí, muitas explicitamente, como a elevada idade desses primeiros seres humanos, coisa discutida nas nossas linhas anteriores. Duas coisas incríveis quero destacar nela, por ora. A primeira, é que houve um homem muito especial chamado Enoch. A Escritura registra dois seres humanos que foram tomados por Deus, isto é, que não morreram: Enoch: Bereshit 5:24; e o profeta Eliahu. Enquanto de Eliahu a Escritura diz que ele foi tirado da Terra levado por carros de fogo, fato testemunhado por seu assistente, de Enoch não temos tal descrição; mas em toda a genealogia, é dito de cada pessoa, explicitamente, que ela morreu. Menos Enoch, cuja genealogia termina com: “Deus o tomou para si”. Enoch não é citado na Escritura somente em Bereshit. Na epístola de Judah, que foi um dos doze apóstolos do Nosso Senhor, é citada uma profecia de Enoch, o sétimo depois de Adão, no verso 14, sobre a vinda do Mashiach com Suas santas miríades, para exercer juízo contra todos, inclusive sobre as palavras insolentes proferidas contra Ele, O Mashiach.

 

O Livro de Enoch [8] não faz parte do cânon sagrado; é considerado um livro apócrifo, mas sua leitura é interessante e eu recomendo fortemente. Lembre-se que Enoch ter profetizado e o que ele profetizou, foi tido como certo pelos apóstolos do Senhor e o registro consta no cânon sagrado não apenas em um livro, mas em Judah, Hebreus e 2 Pedro, livros da B´rit Hadashá (Novo testamento), cujos rolos foram encontrados  no Mar Morto junto com os rolos das demais Escrituras. A referência [8] é uma edição em português, anotada de forma bastante científica, e a profecia está no capítulo 2, e pode ser encontrada facilmente no Google Docs.

 

6.1- As 10 gerações de Adão até Noé

 

A segunda coisa que quero deixar registrado agora como super interessante nas genealogias, essa de Bereshit 5 em particular, é que, colocando em linha, na ordem, os nomes das 10 gerações de Adão até Noé, o significado hebraico deles nos conta a história da salvação do ser humano pelo Mashiach! [9]. Veja:

            Adão             =          Homem/humanidade/vermelho

            Seth               =         Designado

            Enos              =          Mortal

            Cainã            =          *Possuidor/Dor

            Maalalel        =          O Deus Bendito

            Yared            =          Descer   

            Enoch            =         *Iniciado/Ensinando

            Matusalém    =         *Homem armado/ sua morte trará

            Lamech          =        *Moço forte/ O desesperado

            Noah               =        *Repouso/Conforto/Consolo

 

* antes da barra: traduzido da referência [10]

 

O número 10 na Bíblia, significa Lei; governo; um ciclo completo [11]. Depois de todas essas coisas, haverá o estabelecimento do Reino do Mashiach, e esse reino jamais terá fim, como está revelado no livro do profeta Daniel. Deus fará novos céus e nova Terra, onde só habita justiça, e ela chama tudo isso, de “primeiras coisas”. Tudo isso, desde Bereshit 1.1, faz parte de um grande ciclo...as primeiras coisas, de algo mais radiante que virá. O melhor ainda está por vir! Shalom!

 

7- Referências:


[ATI] Antigo Testamento Interlinear V.1. Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.

[1] Jocelyn Bell-Burnell, Facebook, post em 10 de agosto de 2013.

[2] Official Web Site of Nobel Prize, acesso em 27/09/2013. http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/2011/

[3] Bíblia de Estudo Dake

[4] Bedford, Freeman & Worh Publishing Group Home Page, 2012. Acesso em 29/09/2013. http://bcs.whfreeman.com/universe7e/content/ch02/0203003.html

[5] Parashá Bereshit. In: AISH. Acesso em 26/09/2013. http://www.aish.com/tp/ss/ssw/223818621.html

[6] Age of Universe – wikipedia. Acesso em 29/09/2013. http://en.wikipedia.org/wiki/Age_of_the_universe

[7] The Telegraph, 21 nov 2010. Web site. Acesso em 29/09/2013. http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/science-obituaries/8150004/Allan-Sandage.html

[8] Livro de Enoch. Google Docs. Acesso em 29/09/2013.

[9] Jim Jacob, Esq.: A Lawyer´s Case for God. In: Oxana Site. Acesso em 29/09/2013. http://oxanasite.com/category/friends-promotions/

[10] Orlando Boyer: Pequena Enciclopédia Bíblica. Ed. Vida, 1978. 1999, 2ª reimpressão.

[11] Dan Duke: Nomes e Números Bíblicos. Dynamus, 2003.

3 comentários:

  1. Shalom....Analisando seu comentário da Parasha de Bereshit, encontrei o livro de Enoque que vc incentiva a ler e ele nos revela um calendário diferente do judaísmo tradicional, com 364 dias, e com o Sol e não a Lua como marcador das moadim... Ele afirma que somente existia meses de 30 dias e não de 29 como vemos no calendário Lunar. E ainda afirma que quem seguisse a Lua estaria perdendo e contaminando as moadim no tempo futuro....Eu concordo com ele...

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    1. Shalom uu. Parabéns pelo seu interesse em conhecer mais. Só se lembre que o livro de Enoque, apesar de muito interessante, não faz parte como um livro, do cânon da Bíblia e há alguma razão bem séria para isso. Abraços!

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  2. Shalom....Analisando seu comentário da Parasha de Bereshit, encontrei o livro de Enoque que vc incentiva a ler e ele nos revela um calendário diferente do judaísmo tradicional, com 364 dias, e com o Sol e não a Lua como marcador das moadim... Ele afirma que somente existia meses de 30 dias e não de 29 como vemos no calendário Lunar. E ainda afirma que quem seguisse a Lua estaria perdendo e contaminando as moadim no tempo futuro....Eu concordo com ele...

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